tag:blogger.com,1999:blog-379823452024-02-06T23:35:22.999-03:00MikselâneaUma verdadeira mixórdia.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15975587738151326767noreply@blogger.comBlogger68125tag:blogger.com,1999:blog-37982345.post-8261926120544959142017-02-22T15:28:00.004-03:002017-02-22T15:30:02.696-03:00um depoimento, atualizado: eu vivo em são paulo sem carro (e prefiro assim)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">sou
paulistano nato. nascido e criado em são paulo. aprendi desde cedo a
gostar dessa cidade. viver em são paulo é estressante; viver em são
paulo e se locomover só de carro é ainda mais. eu percebi isso depois
que comprei meu primeiro carro e passei a utilizá-lo como principal meio
de transporte. tinha vinte e dois anos. antes disso, lembro-me de usar
transporte público desde sempre. quando criança, morava no jaguaré e
íamos até a vila mariana de ônibus para ir à escola. a linha verde do
metrô ainda não existia. era uma viagem todos os dias. lembro
principalmente dos retornos, sempre tarde da noite, minha mãe, minha
irmã e eu em um ônibus lotado. a ingenuidade da infância nos permitia
cantar a viagem inteira. "motorista, motorista; olha a pista, olha a
pista". não sei como os demais passageiros aguentavam. depois, acabamos
mudando para a vila mariana. lembro da primeira vez que meus pais nos
deixaram ir sozinhos para a escola de ônibus. acho que eu tinha onze
anos e minha irmã dez. era um trecho curto, menos de um quilômetro, que
representava uma responsabilidade imensa. durante a adolescência,
usávamos muito o metrô e o ônibus também. tínhamos bastante liberdade de
sair com amigos e ir para praticamente todos os lugares. os passes de
ônibus que sobravam sempre viravam dinheiro nos carrinhos de pipoca. já
no ensino médio, lembro-me de alguns amigos e eu matarmos uma manhã de
aula para passear por são paulo. tudo de metrô. chegamos a pegar a linha
azul na estação santa cruz e viajamos até santana, só para voltar até a
estação paraíso e caminhar pela avenida paulista inteira sentido
consolação. nessa época já havia a linha verde, mas nossa diversão era
matar aula e o tempo andando pela avenida mais famosa de são paulo.
depois, na época de curso pré-universitário, era metrô todos os dias
logo cedo. foi uma época boa. sempre voltava para casa acompanhado da
minha, então futura, hoje <span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">ex</span>,
esposa. foi nesse trajeto diário entre o curso na estação são joaquim
até a estação vila mariana que nos conhecemos melhor e, depois de muitas
discussões, finalmente acabamos juntos (e nos separamos; <span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">quinze </span>anos
já se passaram desde então). durante a faculdade, eu e minha irmã
dividíamos o carro. era assim: nós dois estudávamos nas perdizes; ela de
manhã e eu à noite. logo cedo, ela pegava o carro e ia para a aula.
deixava estacionado em uma garagem e voltava de transporte público ou
carona para casa. eu estagiava no centro de são paulo nessa época e ia
para a faculdade no fim do dia de carona ou de ônibus. depois da aula,
buscava o carro na garagem e voltava para casa. fizemos isso durante uns
dois ou três anos. foi por essa época que percebi como usar o carro
como principal meio de transporte não é somente estressante, mas também
extremamente alienante. tinha vinte e dois anos e estava com um carro
novo, recém-comprado. um sonho. logo me acostumei com esse conforto. é
fácil: meu carro, minha música, meu ar-condicionado. minha ilha, meu
mundo. e isso realmente faz a gente se sentir importante. mas os anos
foram passando e eu me sentia um idiota toda vez que os carros iam mais
devagar que as pessoas caminhando; toda vez que eu percebia que, no fim,
estava em uma ilha de conforto, sozinho, sem interagir com ninguém,
isolado do mundo e da cidade; toda vez que eu me tornava uma pessoa mais
agressiva do que me considero e me irritava com outros motoristas e
pedestres. isso tudo me incomodava muito, mas eu me sentia preso àquilo.
era o padrão e ainda tinha o status de ter o seu próprio carro. algo um
tanto quanto provinciano para alguém nascido e criado em uma cidade que
se diz tão cosmopolita. alguns anos passaram e, então, tive a
oportunidade de morar em londres para estudar. vender meu carro foi a
maior liberdade que eu senti. voltei catorze meses depois e decidi que
não usaria mais carro no meu dia a dia. <span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">cinco</span>
anos se passaram desde então e <span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">segui</span>, firme e forte, indo e voltado
todos os dias de transporte público. de manhã, caminh<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">ava</span> até a estação
chácara klabin, <span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">fazia </span>baldeação na estação consolação para a estação
paulista, <span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">descia </span>na estação faria lima e <span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">pegava </span>algum ônibus que <span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">ia </span>sentido
itaim bibi. <span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">descia </span>na avenida faria lima, um ponto antes da rua tabapuã.
na volta, <span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">pegava </span>um ônibus na avenida tabapuã e <span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">ia </span>direto até a estação
vila mariana ou pegava <span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">algum dos ônibus que sobem a rua augusta at<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">é o metrô consola<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">ção e, de l<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">á<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">, metrô até em casa</span></span></span></span></span>. adaptei toda minha rotina para isso. <span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">usava </span>tênis para as caminhadas, sempre <span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">levava </span>um
livro comigo e música. quando sa<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">í</span>a</span> muito tarde do trabalho e não t<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">inha</span>
ônibus disponível, eu <span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">ia </span>de táxi. já teve dias que caminhei oito
quilômetros desde a avenida faria lima até a chácara klabin porque o
trânsito estava insuportavelmente parado. fui feliz. senti até um prazer
de ver todo mundo parado e eu, dessa vez, era o pedestre caminhando
mais rápido que os carros. <span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">durante um tempo, </span>já fiz uso das bicicletas
compartilhadas, de modo e<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">xperimental</span>. minha maior dificuldade quanto a isso <span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">era </span>logística, pois
trabalho com roupa social formal e não tenho um local adequado para me
trocar. teve um dia<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">, ent<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">ão<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"> - na quarta-feira de cinzas do carnaval de 2016 - que eu resolvi pegar a minha bicicleta e ir pro trabalho pedalando, de roupa social e tudo. foi tranquilo. cheguei em muito menos tempo que <span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">conseguiria fazer esse mes<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">mo trecho no hor<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">ário de pico da manhã, seja de carro, seja de transporte público. passei a usar a bicicleta no meu dia a dia e me adapt<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">ei completamente a essa <span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">escolha. na ida, vou de roupa social formal, na volta, eu me troco e volto pedalando mais forte. é o meu exercíc<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">io diário. <span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">isso me possibilita passar pelo parque<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"> do ibira<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">puera todos os dias, de manhã e à noite,<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"> porque <span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">é parte do meu caminho para o trabalho e da minha volta para casa</span></span>. nesse meio tempo, meu filho nasceu e eu já o<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"> ince<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">ntivo a usar o metrô e a bicicleta. ele adora. o carro fica na garagem e só sai <span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">em </span>dias de chuva </span></span>ou viagens mais compridas. </span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">eu
tenho consciência que morar na região central da cidade facilita muito a
minha vida. tenho inúmeras opções para ir de um lugar ao outro. sei que
a maioria dos moradores de são paulo que moram em regiões mais
afastadas não têm esse mesmo privilégio. acredito, porém, que é
possível, sim, viver sem carro em são paulo. com algumas adaptações e,
principalmente, criando-se a consciência coletiva de que o transporte
público é melhor, mais rápido e mais agradável para todos, e de que a bicicleta é, sim, um meio alternativo completamente viável<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">, ainda mais com maior consciência dos motoristas, dos cicli<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">st<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">as<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">, d<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">os pedestres, e com mais ciclovias e sinalização viária</span></span></span></span></span>. com certeza
muita coisa pode ser melhorada. por exemplo, a maioria dos motoristas de
ônibus andam tão pressionados pelas empresas ou pela prefeitura em
cumprir horários </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">(ou simplesmente são mal preparados e mal educados)</span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"> que
esquecem que estão transportando pessoas: aceleram rápido demais, param
com tudo, andam acima do limite de velocidade, desrespeitam sinais de
trânsito, outros motoristas e, principalmente, os ciclistas etc. isso
precisa mudar. também acho que os pontos de ônibus são contra-intuitivos
e muito próximos uns dos outros. as pessoas podem andar mais; não
precisa ter um ponto em cima do outro. </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">al<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">ém disso, o desrespeito com os ci<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">clistas <span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">é gritante. ser ciclista e ser xingado no trânsito <span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">faz parte do pacote de </span>cortesia do motorista paul<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">istano, esse cordial. </span></span></span></span>hoje,
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">cinco </span>anos depois de voltar para são paulo e de me locomover pela cidade
por transporte público e de bicicleta no meu dia a dia, tenho certeza que essas <span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">são </span>melhores opç<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">ões<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">. </span></span>tive muitos benefícios pessoais desde que decidi por esse
caminho e acredito que a cidade pode se beneficiar com uma mudança de
consciência que passe a privilegiar a locomoção em massa em detrimento
do veículo particular. é o que espero para o futuro.</span><br />
<br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">(atualização de texto publicado originalmente em <a href="http://mikselanea.blogspot.com.br/2013/09/eu-vivo-em-sao-paulo-sem-carro-e.html" target="_blank">12 de setembro de 2013</a>)</span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15975587738151326767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37982345.post-34372871702383087412016-02-28T00:32:00.000-03:002016-02-28T00:32:38.058-03:00ensaios sobre quereres<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><div>
alegria sincera: represa lágrimas na retina.</div>
<br />riso solto: vem sem esforço, esvai-se em suspiro.</span><div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">brilho no olhar: é de canto, de soslaio, de amor. </span><div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">amor: pulsar em descompasso, querer junto.</span></div>
</div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15975587738151326767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37982345.post-8972204726789422902015-03-03T23:31:00.000-03:002015-03-03T23:35:42.448-03:00sobre nós <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(130, 98, 83, 0.0980392); color: rgba(0, 0, 0, 0.701961); font-family: UICTFontTextStyleBody; font-size: 17px;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">procuro-me em verso. repito-me em prosa. </span>o bater sufocado, silencioso, de quem sofre calado. um som meio oco, vazio, desvanece distante. subtrair-se do mundo e sentir. ser, viver. aspirar instantes, inspirar rompantes. seduzir segredos. romper-se. e há quem entenda. </span></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(130, 98, 83, 0.0980392); color: rgba(0, 0, 0, 0.701961); font-family: UICTFontTextStyleBody; font-size: 17px;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(130, 98, 83, 0.0980392); color: rgba(0, 0, 0, 0.701961); font-family: UICTFontTextStyleBody; font-size: 17px;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">aproxima. ouve também? é de dentro. mais perto. são palavras sufocadas.</span></div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15975587738151326767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37982345.post-1985157860679875382014-06-01T23:41:00.000-03:002014-06-01T23:41:06.959-03:00Não há lugar melhor do que Itaquera<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="font-family: Helvetica; font-size: 12px;">
<span style="font-size: 12pt;">então, lá estive. não é a terra prometida, nem o sonho realizado. é uma casa nova, fato. tão nova que a gente ainda se sente desconfortável. é como dormir fora de casa e acordar em um lugar desconhecido. demora um pouco para se acostumar. é estranho não estar naquelas mesmas bancadas de sempre - ora verdes, ora amarelas, ora ocres. agora ainda é tudo muito branco, muito claro, muito limpo. ainda falta alma. falta aquela sujeira acumulada, as histórias pra contar. faltam lágrimas! - de tristeza e de alegria, que lavarão cada degrau uma vez e para sempre. aos poucos, a gente se habitua, volta a ter o lugar preferido, as mandingas. não existe maldição. isso é história para vender jornais. as coisas se encaixam com o tempo, com as vitórias, os títulos. isso tudo trará alma e não será difícil. o que mais temos a oferecer é justamente isso: alma. preencheremos cada canto com nossos cantos. não há lugar melhor do que itaquera.</span></div>
<div style="font-family: Helvetica; font-size: 12px;">
<span style="font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Helvetica; font-size: 12px;">
<span style="font-size: 12pt;"><br /></span></div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15975587738151326767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37982345.post-5005497468485502332014-01-28T22:51:00.001-02:002014-01-28T22:51:34.242-02:00que assim seja ainda que não seja assim<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
ofereço-lhes tudo. inclusive nada. um arremedo de mim mesmo. um eu mutante errante quadrante minguante. igual, sem sal. normal. que tal? vou mal.<br />
<br />
um segredo? respeito o medo inteiro sem cheiro moreno. derramo declamo engano. não sei, talvez. se é sentir que seja assim.<br />
<br />
sem saco! um saco. arremato, descalço. o passo me foge uma batida. despedida. sem vida. ali a saída. acabou. o terror passou. finge o fim pra mim. sim. voar e subir até carmim. fim.<br />
<br />
livrai-me de todo o sentido.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15975587738151326767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37982345.post-5364654633237655822013-11-23T11:01:00.000-02:002015-03-23T23:01:10.406-03:00rascunho: nascimento<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">o fim</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">é feio</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">bonito é</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">o começo </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">novo, esperançoso</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">maciez</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">pureza</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">inocência </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">deslumbramento</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">por tudo que há:</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">porvir</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">sentir</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">sorrir</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">o ser, desnudo,</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">não</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">sabe</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">nada</span><br />
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15975587738151326767noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-37982345.post-82793113099740380872013-11-22T23:48:00.000-02:002013-11-22T23:54:21.641-02:00sem título 5<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="p1">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">sentei pra fumar um cigarro defronte a nudez da noite. cada vez em quando tudo gira sentido horário. pigarro. sempre nunca é assim; parar pra pensar atrapalha o raciocínio. aquela esquina não estava ali ontem, presumo. devem tê-la dobrado hoje, só pode. nem sei mais o que faço aqui sentado. amargo esse céu estrelado. suspiro. sessenta e três, sessenta e quatro, sessenta e cinco, sessenta e seis, sessenta e sete, sessenta e oito, sessenta e nove. a noite se vestiu de nuvem. perdi o rumo. estou aqui há horas e nem fumar eu fumo.</span></div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15975587738151326767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37982345.post-57060826860272329112013-09-12T22:58:00.001-03:002013-09-12T23:08:17.637-03:00um depoimento: eu vivo em São Paulo sem carro (e prefiro assim).<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">sou paulistano nato. nascido e criado em são paulo. aprendi desde cedo a gostar dessa cidade. viver em são paulo é estressante; viver em são paulo e se locomover só de carro é ainda mais. eu percebi isso depois que comprei meu primeiro carro e passei a utilizá-lo como principal meio de transporte. tinha vinte e dois anos. antes disso, lembro-me de usar transporte público desde sempre. quando criança, morava no jaguaré e íamos até a vila mariana de ônibus para ir à escola. a linha verde do metrô ainda não existia. era uma viagem todos os dias. lembro principalmente dos retornos, sempre tarde da noite, minha mãe, minha irmã e eu em um ônibus lotado. a ingenuidade da infância nos permitia cantar a viagem inteira. "motorista, motorista; olha a pista, olha a pista". não sei como os demais passageiros aguentavam. depois, acabamos mudando para a vila mariana. lembro da primeira vez que meus pais deixaram irmos sozinho para a escola de ônibus. acho que eu tinha onze anos e minha irmã dez. era um trecho curto, menos de um quilômetro, que representavam uma responsabilidade imensa. durante a adolescência, usávamos muito o metrô e o ônibus também. tínhamos bastante liberdade de sair com amigos e ir para praticamente todos os lugares. os passes de ônibus que sobravam sempre viravam dinheiro nos carrinhos de pipoca. já no ensino médio, lembro-me de alguns amigos e eu matarmos uma manhã de aula para passear por são paulo. tudo de metrô. chegamos a pegar a linha azul na estação santa cruz e viajamos até santana, só para voltar até a estação paraíso e caminhar pela avenida paulista inteira sentido consolação. nessa época já havia a linha verde, mas nossa diversão era matar aula e o tempo andando pela avenida mais famosa de são paulo. depois, na época de curso pré-universitário, era metrô todos os dias logo cedo. foi uma época boa. sempre voltava para casa acompanhado da minha, então futura, hoje atual, esposa. foi nesse trajeto diário entre o curso na estação são joaquim até a estação vila mariana que nos conhecemos melhor e, depois de muitas discussões, finalmente acabamos juntos (e doze anos já se passaram desde então). durante a faculdade, eu e minha irmã dividíamos o carro. era assim: nós dois estudávamos nas perdizes; ela de manhã e eu à noite. logo cedo, ela pegava o carro e ia para a aula. deixava estacionado em uma garagem e voltava de transporte público ou carona para casa. eu estagiava no centro de são paulo nessa época e ia para a faculdade no fim do dia de carona ou de ônibus. depois da aula, buscava o carro na garagem e voltava para casa. fizemos isso durante uns dois ou três anos. foi por essa época que percebi como usar o carro como principal meio de transporte não é somente estressante, mas também extremamente alienante. tinha vinte e dois anos e estava com um carro novo, recém-comprado. um sonho. logo me acostumei com esse conforto. é fácil: meu carro, minha música, meu ar-condicionado. minha ilha, meu mundo. e isso realmente faz a gente se sentir importante. mas os anos foram passando e eu me sentia um idiota toda vez que os carros iam mais devagar que as pessoas caminhando; toda vez que eu percebia que, no fim, estava em uma ilha de conforto, sozinho, sem interagir com ninguém, isolado do mundo e da cidade; toda vez que eu me tornava uma pessoa mais agressiva do que me considero e me irritava com outros motoristas e pedestres. isso tudo me incomodava muito, mas eu me sentia preso àquilo. era o padrão e ainda tinha o status de ter o seu próprio carro. algo um tanto quanto provinciano para alguém nascido e criado em uma cidade que se diz tão cosmopolita. alguns anos passaram e, então, tive a oportunidade de morar em londres para estudar. vender meu carro foi a maior liberdade que eu senti. voltei catorze meses depois e decidi que não usaria mais carro no meu dia a dia. dois anos se passaram desde então e continuo, firme e forte, indo e voltado todos os dias de transporte público. de manhã, caminho até a estação chácara klabin, faço baldeação na estação consolação para a estação paulista, desço na estação faria lima e pego algum ônibus que vá sentido itaim bibi. desço na avenida faria lima, um ponto antes da rua tabapuã. na volta, pego um ônibus na avenida tabapuã e vou direto até a estação vila mariana. quando demora muito, pego qualquer ônibus que suba até a avenida paulista e pego o metrô até a estação chácara klabin. adaptei minha rotina para isso. uso tênis para as caminhadas, sempre levo um livro comigo e música. quando saio muito tarde do trabalho e não tem ônibus disponível eu vou de táxi. já teve dias que caminhei oito quilômetros desde a avenida faria lima até a chácara klabin porque o trânsito estava insuportavelmente parado. fui feliz. senti até um prazer de ver todo mundo parado e eu, dessa vez, era o pedestre caminhando mais rápido que os carros. também já fiz uso das bicicletas compartilhadas. minha maior dificuldade quanto a isso é logística, pois trabalho com roupa social formal e não tenho um local adequado para me trocar. </span><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">eu tenho consciência que morar na região central da cidade facilita muito a minha vida. tenho inúmeras opções para ir de um lugar ao outro. sei que a maioria dos moradores de são paulo que moram em regiões mais afastadas não têm esse mesmo privilégio. acredito, porém, que é possível, sim, viver sem carro em são paulo. com algumas adaptações e, principalmente, criando-se a consciência coletiva de que o transporte público é melhor, mais rápido e mais agradável para todos. com certeza muita coisa pode ser melhorada. por exemplo, a maioria dos motoristas de ônibus andam tão pressionados pelas empresas ou pela prefeitura em cumprir horários </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">(ou simplesmente são mal preparados e mal educados)</span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> que esquecem que estão transportando pessoas: aceleram rápido demais, param com tudo, andam acima do limite de velocidade, desrespeitam sinais de trânsito, outros motoristas e, principalmente, os ciclistas etc. isso precisa mudar. também acho que os pontos de ônibus são contra-intuitivos e muito próximos uns dos outros. as pessoas podem andar mais; não precisa ter um ponto em cima do outro. </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">hoje, dois anos depois de voltar para são paulo e de me locomover pela cidade por transporte público no meu dia a dia, tenho certeza que essa é a melhor opção. tive muitos benefícios pessoais desde que decidi por esse caminho e acredito que a cidade pode se beneficiar com uma mudança de consciência que passe a privilegiar a locomoção em massa em detrimento do veículo particular. é o que espero para o futuro.</span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15975587738151326767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37982345.post-9233056615232153302013-07-05T23:35:00.002-03:002013-07-05T23:35:50.742-03:00liberdade é, ser também. <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /><br />muito quero, tanto que nego. rejeito. repenso. recomeço.<br /><br />à beira. o samba sustenta o passo. o surdo evita o atraso. desfaço-me. caio. sem eira. </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">nem queira. ser longe já é inteiro. respeite o ritmo. serpenteia. do chão não passa. rasteja. </span><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">poeira. por sobre tudo. permeia. a chuva cai, seca.<br /><br />ateia. o fogo é brando. não queima. o som é bruto. acalmo. silêncio que ouço, calo. </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">há telha. um teto um chão. paixão. medo do escuro. eu juro. estrelas. </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">canseira. você que diz, insisto. ser feliz é... desisto.</span><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /><br />ferina. ignóbil tentação. sensata, afirma. quero (longe). desvira.<br /><br />é tão bom libertar-se de fazer sentido.</span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15975587738151326767noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-37982345.post-10875133762443308552013-06-20T14:25:00.004-03:002013-06-20T14:25:54.988-03:00vamos brincar de o mestre mandou<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">
<span style="font-size: small;">ATENÇÃO!</span></div>
<div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">
<br /></div>
<div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">
<span style="font-size: small;">Devido aos acontecimentos dos últimos dias e à
bagunça generalizada, estou me auto declarando dono do protesto.
Escolham suas causas e saiam às ruas. Só me avisem antes.<br />
<br />
Como dono do protesto, meu primeiro ato é organizar a bagaça toda:<br />
<br />
- MPL e simpatizantes do passe livre: devem se encontrar na praça do ciclista portando bicicletas e equipamentos de segurança.<br />
<br />
- Quem for contrário à PEC37: encontro na rua riachuelo em frente ao
prédio do ministério público portando instrumentos de investigação.<br />
<br />
- Todos que forem contra o Marco Feliciano: encontro em frente à sede da IURD no Brás portando as falácias bíblicas.<br />
<br />
- Quem for contra a Copa: protesto tem que ser em Itaquera (óbvio!)
portando elementos festivos e caxirolas pra jogar nos polícia.<br />
<br />
- Quem for contra os protestos: concentração na Oscar Freire portando cartões de crédito e narizes de palhaço.<br />
<br />
- Quem só quer vandalizar: encontro na Oscar Freire também. Não precisam ir armados. Usem da persuasão.<br />
<br />
- Quem for contra a corrupção: favor dirigir-se ao cantinho da reflexão de suas próprias consciências portando auto crítica.<br />
<br />
- Quem for contra o direito de protestar: aliste-se na polícia militar mais próxima.<br />
<br />
- Aqueles que pedem "mudança": favor decidir se querem mudar pra melhor ou pior, para que eu possa designar o local do protesto.<br />
<br />
Organizados os pontos de concentração, ninguém precisa marchar pra lugar
nenhum. Façam uma ciranda. Se preferirem, podem sentar e fazer um corre
cotia. Tá liberado também.<br />
<br />
Em caso de dúvidas, falem comigo pela hashtag #donodoprotesto no twitter. Obrigado e não precisam agradecer de volta.<br />
</span></div>
<div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">
<br /></div>
<div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">
<span style="font-size: small;">Saudações,</span></div>
<div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">
<span style="font-size: small;">O dono do protesto.</span></div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15975587738151326767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37982345.post-54116478601370297262013-05-28T20:10:00.001-03:002013-05-28T20:10:26.896-03:00sem título número 4<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="p1">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">todos têm direitos. o direito de crer e não pensar em nada. o direito de adorar e se iludir. o direito de explorar e de se revoltar. o direito de errar e de perdoar. o direito de perdoar e se deixar enganar. o direito de temer e enfrentar. o direito de dizer e se arrepender. o direito de ir e voltar atrás. o direito de calar e se fazer notar. o direito de ser e se deixar levar.</span></div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15975587738151326767noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-37982345.post-50358507349889810072013-03-03T12:06:00.005-03:002013-03-03T12:07:41.903-03:00o tempo é um senão.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">o agora é uma ficção.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">o passado é uma prisão.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">o futuro é uma ilusão.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15975587738151326767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37982345.post-13603129940530264812013-03-02T19:54:00.002-03:002013-03-02T20:00:58.307-03:00resquícios de uma mente sem lembranças.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">arrisco-me em vão. caio ao chão. grito: "ladrão!". prendem-me, então.</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">sigo em frente. afirmo-me inocente. ninguém entende. "esse não é gente".</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">aceito, enfim. a pena é pra mim. antes isso que o fim. melhor assim.</span></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15975587738151326767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37982345.post-35261192433439779682013-02-01T00:06:00.001-02:002013-02-01T00:06:06.559-02:00O Direito que não se opõe ao esquerdo.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="p1">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O que é mais importante no Direito? As leis? Não. As leis formam a estrutura do Direito. Os juízes, advogados, legisladores, promotores? Não. Esses são grandes personagens do Direito, mas não representam o que há de mais importante. O mais importante no Direito são as pessoas. As leis são alteradas, ficam antiquadas e são alteradas novamente. Os personagens do mundo jurídico (advogados, juízes, promotores) não passam de ficção criada pela lei, obrigados a aplicá-la. Não passam de meros reféns da legislação. Atuam em observância dos preceitos legais. As pessoas, essas sim, representam o que há de mais importante no Direito. Isso não é abordado no ensino jurídico com a importância que deveria. Ora, toda a teoria jurídica é facilmente aprendida na prática.</span></div>
<div class="p1">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Seria muito importante que as escolas de Direito iniciassem os cursos com uma grade integral dedicada apenas ao estudo da sociologia, antropologia e história. Ao mesmo tempo, psicologia, técnicas de negociação e interação social. O Direito não é sinônimo de litígio. O Direito deve estar a serviço das pessoas, para que ela resolvam os seus problemas jurídicos da forma menos traumática possível. Um advogado ou um procurador não pode ter como prioridade vencer o caso simplesmente, pois nem sempre vencer um caso corresponde à melhor solução para um litígio. Há pessoas envolvidas.</span></div>
<div class="p1">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">As escolas jurídicas precisam, antes de tudo, ensinar seus alunos a pensarem o Direito não como um instrumento para a solução judicial de conflitos, mas como uma ferramenta de transformação social. </span></div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15975587738151326767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37982345.post-39520173251298678412012-11-17T00:56:00.000-02:002012-11-17T00:56:43.379-02:00entreatos: história da vida e da morte.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
fim do primeiro ato.<br />
início do segundo ato. o renascimento.<br />
terceiro ato. a morte ressabiada.<br />
quarto ato. a vida emula a morte.<br />
quinto ato. o flerte da vida.<br />
sexto ato. a morte se apaixona.<br />
sétimo ato. saudades futuras.<br />
oitavo ato. o passageiro.<br />
nono ato. tudo precede o nada.<br />
décimo ato. a vida trai a morte.<br />
décimo primeiro ato. a morte sucede a vida.<br />
então tudo começou.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15975587738151326767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37982345.post-14862337938851973812012-08-29T23:17:00.002-03:002012-08-29T23:17:51.584-03:00poema novo:<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">poema novo:</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">tirei a poeira de cima</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">sobrou pouco </span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">quase nada já é algo.</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">o sabor é sobressalto</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">o escuro é invisível.</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">pra sentir a liberdade</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">basta olhos abertos.</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">ouvir o longe não</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">traz o nada pra perto.</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">o nada é toque e</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">tocar é cheiro antigo.</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">sentidos sentidos.</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">sentido!</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">só sei que a poeira foi</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">o poema ficou.</span><br style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">(a rima fica por conta)</span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15975587738151326767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37982345.post-5481148272105033132012-06-03T12:11:00.002-03:002012-06-03T12:11:53.131-03:00boa noite, até logo.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="background-color: white; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">vou-me, ficar não é opção. seria, não fosse o ir, esse verbo sem volta. vou-me, pois ali já me aguarda desde então. e é pra lá que eu vou. dormir não é melhor nem pior. simplesmente é o que há. sei que não entende e nem precisa. apenas saiba que aqui não estarei. não mais. se volto? ora, é claro que sim. quando? assim que você notar. nem antes, nem depois. serei preciso, prometo. aguarde com paciência.</span></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15975587738151326767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37982345.post-36261882307071321522012-02-02T23:31:00.002-02:002012-02-02T23:31:06.664-02:00ad infinitum.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-size: 14px; line-height: 18px; text-align: -webkit-auto;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Desisto. Do quê? De tudo. Por que? Porque sim. Isso lá é resposta? Não. E então? Desisto...</span></span></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15975587738151326767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37982345.post-5846325678583815962012-01-31T22:05:00.002-02:002012-01-31T22:05:52.065-02:00o amor em tempos sem fronteiras.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">geralmente, ele já levantava pensando nela, no que havia escrito a ela na noite anterior, nas respostas que ela havia enviado. ao tocar do despertador, ele acordava ansioso para conferir se tinha alguma mensagem dela perdida, que ele não tivesse visto antes de dormir. era a sua injeção de adrenalina matinal, o que o fazia abrir os olhos e despertar sem pensar no tamanho do sono. antes dela existir, ele demorava a levantar. ficava deitado na cama, enrolando até perder a hora de sair de casa. todos os dias, ao sair da cama, ele tomava o seu banho matinal. o tempo do banho variava de acordo com os sonhos que sonhava. arrumava o cabelo do jeito que sabia que ela gostava e passava o perfume que ela tinha comentado outro dia. olhava o reflexo no espelho e testava um olhar de sedução, que pretendia usar com ela. o café da manhã ele passava relendo as mensagens da noite anterior. todos os dias ele se vestia pensando no que ela acharia dos trajes escolhidos. colocava a cueca pensando se ela aprovaria o modelo e as cores. “vai que, né?”. na rua, andava procurando nas outras mulheres características que o lembrassem dela: um cabelo cor de petróleo aqui, uma bunda arrebitada ali, os olhos verdes daquela lá no outro lado do ônibus. “ela olhou pra mim? pô, essa dava jogo”. passava o dia no trabalho tentando se concentrar. quando ela demorava demais a responder uma mensagem, ele não conseguia trabalhar de tão ansioso. “o que ela pensou? será que não curtiu? vou mandar outra, quem sabe ela responde”. no almoço, imaginava como seria almoçar com ela naquele restaurante. gostava de imaginar o que é que ela escolheria do menu, qual bebida. “será que tomaria uma cervejinha comigo no almoço? não, ela gosta de vodka, disse ontem”. encerrado o expediente, andava pela rua como se a estivesse procurando. em cada rosto, encontrava um detalhe que o lembrava dela. todos os dias, sempre, ele estava arrumado como se fosse encontrá-la. lembrava dela a cada momento. só fazia questão de esquecer que morava em ilhéus e ela em rio claro.</span><br />
<div>
<br /></div>
</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15975587738151326767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37982345.post-60151947984685470492012-01-07T02:19:00.001-02:002012-01-07T02:27:41.701-02:00entreatos: o homem pós-moderno sofre mais<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– calma aí, calma aí. quer dizer que você está sofrendo por causa disso? senta e escreve e, pronto, tá resolvido</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– cara, você não entende. se fosse fácil assim, eu já tava terminado, pô. eu não consigo, simples assim</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– tu é muito do mimado, bróder!</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– ah, vá se fudê, bróder! vai ficar me sacaneando ou vai me ajudar, porra? preciso escrever essa merda logo; quero entregar amanhã</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– você não disse que tá apaixonado? escreve logo “eu te amo” e boa</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– putaqueopariu! se fosse pra escrever só “eu te amo” eu comprava um cartão escrito “eu te amo”. quero dizer mais, para que ela sinta o que eu sinto por ela</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– mas você quer que ela saiba o que você sente por ela ou você quer que ela sinta por você o que você sente por ela? tem que definir issaê antes</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– então... é... porra, sei lá. quero os dois. na real? queria saber no que é que ela tá pensando, tá ligado? mas não tem como, né?</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– é, não dá mesmo não...</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– então. daí pensei em escrever algo pra que ela saiba o que eu sinto por ela e também para que ela sinta por mim o que sinto por ela, entendeu?</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– tá. então você não quer sentir sozinho o que você sente por ela sem que ela sinta de volta a mesma coisa. é isso?</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– bom, falando desse jeito, parece meio mesquinho... mas é mais ou menos isso daí</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– daí complica...</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– por que?</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– se ela não estiver sentindo o mesmo que você, ela pode começar a sentir também ou pode simplesmente rir da sua cara. se ela passa a sentir o que você sente, daí beleza, mandou bem. mas se ela não estiver na mesma pegada, daí você se fodeu e ela vai ficar rindo da sua cara, hahaha</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– pô, valeu, hein!? isso que é bróder mesmo</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– mas é a real, hahaha!</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– porra. que merda. só tô que penso nela. queria que ela pensasse em mim</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– vai ver ela já tá pensando, só você não tá ligado</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– é, pode ser. e como faz pra descobrir?</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– sei lá...</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– cê não serve pra nada mesmo!</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– haha! pô, inútil é você, que tá aí saindo com ela esse tempo todo e não sabe nem o que tá rolando entre vocês</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– sei que eu tô comendo ela e você não, manézão!</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– haha. tá, beleza. beleza. mas então põe só um “eu te amo” e boa</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– não! já falei que não. nem tô amando ela ainda. e não dá pra falar isso pela primeira vez logo por escrito. pega mal</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– pega nada! “eu te amo” hoje em dia é água, tio. todo mundo usa. vê a mulecada aí, é só “eu te amo” até pra amigo</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– mais um motivo pra eu não usar então. tá banalizado demais, vai pegar mal</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– desisto. você não sabe o que quer, então não tem como eu te ajudar</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– sei sim. quero dizer que meu coração só bate tranquilo quando ela tá por perto e que quando ela não tá a agonia me consome, o vento não bate, as horas não correm. mais ou menos isso</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– aí, pronto! poetizou legal. escreve isso</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– mas e se ela não estiver na mesma pegada? vou fazer papel de otário</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– então não escreve nada. que que tem nesse cartão? deixa eu ver</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– tem nada. só essa foto aí e esse espaço branco dentro</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– você é um bundão, cara</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– ah! e por que?</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– bróder, escreve logo qualquer coisa e sai dessa. se ela te achar otário, melhor, você já cai fora e não perde mais tempo nessa</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– sei não. tô meio apaixonadinho, manja? não sei bem lidar com isso não</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– então põe algo genérico, tipo “você é linda e me faz feliz. parabéns”. papo reto</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– mas não é muito curto, não? ela vai me achar um otário</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– porra! para de pensar no que ela vai achar!</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– é, né?</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– é!</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– mas não consigo...</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– ... hahaha. desculpa, mas é engraçado</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– e por que?</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– você tá todo apaixonado, mas não sabe o que ela pensa disso, nem se ela está na mesma que você, por isso tem medo de colocar tudo a perder por causa de um simples cartãozinho de aniversário. você acha mesmo que esse cartão vai mudar alguma coisa?</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– pode mudar</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– desisto. preciso ir nessa, deu meu horário. depois me fala que fim levou essa história. té mais</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– falou. se cuida</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">(…)</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– e aí, cara! tudo certo? que cara é essa? entregou o cartão? que fim levou?</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– é... entreguei sim. ontem de manhã</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– pô, legal. e aí? o que escreveu?</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– nada de mais. que ela é muito bonita e tal e que eu tô feliz com ela. essas coisas aí</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– e ela?</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– ela que?</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– e ela? o que achou?</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– não sei. não respondeu ainda</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– mas você não entregou na mão dela?</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– não tive coragem... deixei na caixa de correio da casa dela</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– ah...</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– é... e até agora... nada! nem um SMS, nada! tô aqui, angustiado. não devia ter nem enviado nada! devia ter ligado, dado parabéns e pronto</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– hahahaha. você sofre à toa! tanta mulher aí no mundo</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– puta merda! não sei nem porque perco meu tempo trocando ideia com você</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– hahahaha. bora, vamo ali tomar uma cerveja. essa mulherada hoje em dia tá mais esperta que a gente, bróder. não vai abrir o jogo fácil pra você não</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">– *suspiro*</span><suspiro></suspiro></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15975587738151326767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37982345.post-39341533853599621492011-06-12T19:56:00.001-03:002011-06-12T19:57:14.394-03:00Tecnologia: vício consciente?<div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Interessante este <a href="http://boitempoeditorial.wordpress.com/2011/05/31/a-escravidao-moderna-e-uma-maravilha/">texto</a>, para reflexão.</span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Tenho pensado bastante sobre um assunto relacionado a ele: muitas vezes sinto-me refém da tecnologia. Algo como um "vício consciente", que reconheço como tomando muito mais do meu tempo em determinados momentos do que eu gostaria, mas que, ainda sim, não consigo deixar de lado. A tecnologia pode ser uma distração constante, irritante. Ao mesmo tempo, permite coisas até pouco tempo impensáveis: guardar todas as músicas preferidas em uma caixa de fósforos ou carregar uma biblioteca inteira em um único livro. </span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Talvez seja uma questão de saber encontrar o ponto de equilíbrio.</span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Qual a sua relação com a tecnologia?</span></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15975587738151326767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37982345.post-6361524784673895812011-04-14T16:03:00.000-03:002011-04-14T16:03:36.129-03:00Trivial do amanhã.<span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Eu divago, tu divagas, ela/e divaga. Nós procrastinamos.</span></span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15975587738151326767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37982345.post-54093609414473952362011-04-14T15:55:00.004-03:002011-11-23T19:50:45.433-02:00O porvir só vale por ti.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Olho-me no espelho</span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Sou o poeta que não é,</span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Que não foi, nem será.</span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Preso aos meus anseios,</span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Na angústia do querer-ser</span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">No medo de não querer mais,</span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Vejo-me velho; não tanto!</span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Ali está o jovem que chegou aqui;</span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">O porvir é que não está.</span></div></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15975587738151326767noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-37982345.post-23340068565860031272011-04-13T12:04:00.003-03:002011-04-14T15:57:55.219-03:00Herança do orkut.<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Hoje foi o dia do meu orkuticídio.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Este <i>post</i> serve apenas para registrar os vídeos lá compartilhados por mim e que não poderiam morrer junto:</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
Singin' in the Rain - A Clockwork Orange</span><br />
<div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><a href="http://www.youtube.com/watch?v=6XvydYaVuSc&feature=embed_signin">http://www.youtube.com/watch?v=6XvydYaVuSc&feature=embed_signin</a></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><a href="http://www.youtube.com/watch?v=6XvydYaVuSc&feature=embed_signin"></a>Por una cabeza (tango) - Scent of a Woman<br />
<a href="http://www.youtube.com/watch?v=yVUdcHlA-UI">http://www.youtube.com/watch?v=yVUdcHlA-UI</a></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">George Carlin - It's bad for ya!</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><a href="http://www.youtube.com/watch?v=VBbEB2mI2sQ">http://www.youtube.com/watch?v=VBbEB2mI2sQ</a></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">George Carlin - Save the planet</span></div><div><a href="http://www.youtube.com/watch?v=X_Di4Hh7rK0&feature=player_embedded"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">http://www.youtube.com/watch?v=X_Di4Hh7rK0&feature=player_embedded</span></a></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Tom Zé - Tô</span></div><div><a href="http://www.youtube.com/watch?v=_CtauEYrdWk&feature=player_embedded"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">http://www.youtube.com/watch?v=_CtauEYrdWk&feature=player_embedded</span></a></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Fernanda Takai e Rodrigo Amarante - Ritmo da chuva</span></div><div><a href="http://www.youtube.com/watch?v=sei7o06adII&feature=player_embedded"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">http://www.youtube.com/watch?v=sei7o06adII&feature=player_embedded</span></a></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Receita para a crise - Comercial da Coca-Cola</span></div><div><a href="http://www.youtube.com/watch?v=USCpQ_Qnds0&feature=player_embedded"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">http://www.youtube.com/watch?v=USCpQ_Qnds0&feature=player_embedded</span></a></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">David Ford - Go to hell</span></div><div><a href="http://www.youtube.com/watch?v=Y0vcxA29okM&feature=player_embedded"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">http://www.youtube.com/watch?v=Y0vcxA29okM&feature=player_embedded</span></a></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Móveis Coloniais de Acaju - O tempo</span></div><div><a href="http://www.youtube.com/watch?v=mocdMWElirg&feature=player_embedded"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">http://www.youtube.com/watch?v=mocdMWElirg&feature=player_embedded</span></a></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Móveis Coloniais de Acaju - Copacabana</span></div><div><a href="http://www.youtube.com/watch?v=-A-adz89pgM&feature=player_embedded"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">http://www.youtube.com/watch?v=-A-adz89pgM&feature=player_embedded</span></a></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">The Killers - Read my mind</span></div><div><a href="http://www.youtube.com/watch?v=zc8hbSM1zVo&feature=player_embedded"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">http://www.youtube.com/watch?v=zc8hbSM1zVo&feature=player_embedded</span></a></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Adoniran Barbosa e Elis Regina</span></div><div><a href="http://www.youtube.com/watch?v=Ea5nMXIRxQM&feature=player_embedded"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">http://www.youtube.com/watch?v=Ea5nMXIRxQM&feature=player_embedded</span></a></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Flight of the Conchords - If you're into it</span></div><div><a href="http://www.youtube.com/watch?v=pY8jaGs7xJ0&feature=player_embedded"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">http://www.youtube.com/watch?v=pY8jaGs7xJ0&feature=player_embedded</span></a></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Rolling Stones - Ruby Tuesday</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><a href="http://www.youtube.com/watch?v=eUKz2fvb6jY">http://www.youtube.com/watch?v=eUKz2fvb6jY</a></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><i>Ideia copiada da <a href="http://bigbagofdreams.blogspot.com/2011/02/heranca-do-orkut.html">Big Bag of Dreams</a>.</i></span></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15975587738151326767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37982345.post-1992952236917531352011-04-05T09:26:00.004-03:002011-04-14T15:57:40.854-03:00Por uma educação que nos ajude a pensar.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQonf-MVIRhdiPSqK5-KX5hM9yU6zL3hdCElJ_kqRFBgK3CQNIZWFpaGd3-7G6f6tVrW66NJf0WV1gd8pnhjBTCxXmPc5XZX2PL_1znLCgLy7Qwjju8xwKawkMNyPjsvZtwSOfnQ/s1600/OgAAACZzDjodoh5fH8aQUoygdocH4HyJhkkohNJ_Jbc9rvbQG6KJiuvWB4dp7eKZZAJMKOTJnAAeYHsBtVbURBCn3QgAm1T1UCoqBd3l6HeucjK7r2OgKDt8gDHf.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQonf-MVIRhdiPSqK5-KX5hM9yU6zL3hdCElJ_kqRFBgK3CQNIZWFpaGd3-7G6f6tVrW66NJf0WV1gd8pnhjBTCxXmPc5XZX2PL_1znLCgLy7Qwjju8xwKawkMNyPjsvZtwSOfnQ/s320/OgAAACZzDjodoh5fH8aQUoygdocH4HyJhkkohNJ_Jbc9rvbQG6KJiuvWB4dp7eKZZAJMKOTJnAAeYHsBtVbURBCn3QgAm1T1UCoqBd3l6HeucjK7r2OgKDt8gDHf.jpg" width="320" /></a></div><br />
<blockquote><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; font-size: x-small;"><i>Sim, toda pessoa deve ter a mesma oportunidade de ser ela mesma. Em outras palavras, toda pessoa deve ter a mesma oportunidade de ser desigual, de ser única. As oportunidades podem ser oferecidas, mas o matemático tem de se tornar matemático e o músico tem de se tornar músico ~ </i><a href="http://www.palavrasdeosho.com/">Osho</a></span></blockquote><div class="MsoNormal" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Tenho refletido bastante sobre o tema ‘educação’ nos últimos tempos. Cheguei a mencionar em um <i style="mso-bidi-font-style: normal;">post</i> de novembro de 2010 que o sistema educacional brasileiro precisa ser reestruturado (<a href="http://mikselanea.blogspot.com/2010/11/e-agora-breves-notas-sobre-as-eleicoes.html">aqui</a>). Como em tudo nessa vida, estou longe de entender completamente todos os problemas existentes. No entanto, do que já matutei, eu arrisco afirmar que o atual modelo educacional adotado e os métodos de ensino utilizados estão bastante ultrapassados (e isso não é exclusividade do Brasil).</span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Em geral, o modelo ainda hoje utilizado remonta à Revolução Industrial (século 18). Quando idealizado pelos pensadores iluministas, fazia sentido um sistema educacional rígido e classificativo. Vários elementos desse sistema educacional são extremamente semelhantes ao ambiente de uma fábrica. Não é à toa que <i style="mso-bidi-font-style: normal;">(a) </i>as aulas seguem sempre um padrão de tempo determinado com intervalos programados (turnos e intervalos de trabalho), <i style="mso-bidi-font-style: normal;">(b) </i>com sinal sonoro entre uma aula e outra avisando o início e o fim dos turnos, digo, das aulas (apito das fábricas) e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">(c) </i>privilegiando a individualidade, proibindo a cola ou a consulta (em geral, as atividades fabris eram especializadas e realizadas individualmente, em um ambiente não-colaborativo).</span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Àquela época, era importante que a educação visasse qualificar potenciais trabalhadores a serem futuramente inseridos em um <i style="mso-bidi-font-style: normal;">sistema capitalista industrial</i>. A educação tinha uma evidente utilidade econômica: capacitar mão de obra qualificada para o trabalho nas fábricas. A educação podia ser qualificada pela sua <i style="mso-bidi-font-style: normal;">utilidade</i>. As áreas de conhecimento poderiam ser divididas de acordo com a sua necessidade econômica (muito embora nunca tenham sido oficialmente classificadas dessa maneira): economicamente úteis (tais como matemática e ciências) e economicamente inúteis (tais como artes e música).</span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Hoje em dia, as escolas já não mais atendem as exigências de um capitalismo evoluído, voltado para a prestação de serviços e cada vez mais compartimentado em especialidades cada vez mais específicas. Isso sem mencionar um fenômeno relativamente recente: a colaboração e o trabalho coletivo, que não é o infame ‘trabalho em equipe’, mas um trabalho coletivo e colaborativo, conseqüência da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">internet</i>, comunicação instantânea, mídias sociais, etc.</span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">É evidente que, em função da própria evolução do sistema capitalismo, o mercado de trabalho expandiu além do que imaginado séculos, décadas, meses, semanas e até mesmo dias atrás. Novas profissões surgem a cada semana e é impossível saber quais as profissões relevantes do futuro. Um fato interessante a esse respeito é a desatualização praticamente instantânea de todas as referências usadas no ensino tradicional. Hoje em dia, as informações se propagam muito rapidamente, tudo está em um estado de mudança constante (se é que é possível algo tão paradoxal quanto um ‘estado de mudança’). As verdades absolutas ensinadas nas escolas mudam completamente de um ano letivo para o outro ou mesmo durante um bimestre para o outro.</span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Ora, nesse cenário, como fazer para preparar os alunos para o futuro? Esse é o grande dilema que o sistema de educação atual não tem condições de resolver, justamente por ser tão rígido e baseado somente no conhecimento já sedimentado, não viabilizando uma educação menos rígida e mais dinâmica. Parece-me que não faz mais sentido dividir o currículo escolar em humanas, biológicas e exatas, ou, até mesmo, em matérias pré-definidas (matemática, química, biologia, geografia, história, física, etc.). A interdisciplinaridade é a nova regra: há muita física na geografia, assim como há muita química na biologia; muita história na literatura e na dança; muita geografia nas artes; muita matemática na música, etc. O ensino impositivo e estratificado deixa de atender às novas demandas profissionais e, pior!, deixa os estudantes extremamente entediados, dispersos e insatisfeitos. Isto, porque <i style="mso-bidi-font-style: normal;">não são estimulados a desenvolver as suas habilidades inatas</i>. Pelo contrário. São moldados ao sistema educacional e obrigados a se adaptarem a ele.</span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">A palestra registrada no vídeo abaixo é bastante elucidativa a esse respeito. O Sir Ken Robinson apresenta um panorama histórico e afirma que a educação dentro desse método de ensino foi modelada exclusivamente para atender os interesses do industrialismo. Ao final, ele conclui que um novo método deve ser experimentado, com uma nova dinâmica no ensino dos alunos. É o que ele chama de ‘novos paradigmas’ da educação:</span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; font-size: small; text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/zDZFcDGpL4U?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">(versão completa aqui <a href="http://www.youtube.com/watch?v=mCbdS4hSa0s&feature=player_embedded">http://www.youtube.com/watch?v=mCbdS4hSa0s&feature=player_embedded</a>)</span></span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">O Sir Ken Robinson faz referência a um estudo longitudinal muito interessante, no qual o nível de ‘genialidade’ de crianças foi avaliado ao longo do tempo. Primeiro, no jardim de infância e depois, novamente, com 8-10 anos, 13-15 anos e assim por diante. O resultado foi surpreendente: 98% das crianças no jardim de infância apresentavam um nível de ‘genialidade’ elevado, o qual foi diminuindo gradativamente conforme elas foram envelhecendo ou, como afirma Sir Robinson, foram sendo educadas dentro do atual método de ensino.</span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Há questões muito mais profundas levantadas a esse respeito, como, por exemplo, se é possível a quebra de paradigma a partir da adoção de um novo modelo educacional, ou ainda se essa quebra de paradigma devia levar em consideração o mercado profissional tal como ele se encontra estruturado hoje ou simplesmente deveria focar em uma educação abrangente e não especializada.</span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Em minha opinião, um novo sistema de ensino precisa ser pensado. O ser humano tem que estar em foco e não o mercado profissional. A educação tem que ser eficaz para os alunos, para que possam desenvolver as suas habilidades inatas. Talvez seja algo que ainda esteja muito distante de acontecer na vida real. A educação é, certamente, um dos instrumentos mais poderosos de uma sociedade. A partir dela, toda uma estrutura pode ser construída ou desenvolvida para permitir mudanças comportamentais e culturais (transformação social). </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Ainda assim, essas são questões que, acredito eu, deveriam ao menos entrar em pauta para discussão.</span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Abaixo, alguns trechos e os <i style="mso-bidi-font-style: normal;">links </i>para<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i>textos interessantes a esse respeito.</span></div><div class="MsoNormal" style="font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span lang="EN-GB"><br />
</span></span></div><blockquote><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><span lang="EN-GB"><i>I'm not saying she should have fought him (and I'm not not saying it, either), but what kind of school doesn't want a kid to stand up to a bully, especially when they're doing it to help someone else? What kind of crazy school wants you to back down-- and get someone else to protect you? What kind of a maddening school indoctrinates kids that power is only allowed to be possessed by a) bad people; b) the authorities?</i></span><span lang="EN-GB"><i>Oh. All of them ~</i><a href="http://thelastpsychiatrist.com/2010/10/one_way_our_schools_are_traini.html">The Last Psychiatrist</a><br />
</span></span></span></blockquote><blockquote><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><i>Na verdade, o que eu estou dizendo é apenas que temos que ficar menos conformados em encher o nosso HD com coisas que já falaram. Temos que desafiar o aluno a pensar, criar, conjecturar, e não memorizar.</i><br />
(…)<br />
<i>Essa semana, estive num programa de TV e a apresentadora falou que ‘a escola tem que ser chata, pois chega uma hora que o aluno tem que parar e ouvir’. Sou radicalmente contrário a esse ponto de vista. O aluno tem que parar e ouvir, sim. Mas não por força da chatice, e sim por interesse próprio ~ </i><a href="http://www.perestroika.com.br/2010/11/21/para-discutir-a-educacao-complemento-da-palestra-no-tedxportoalegre/#more-1504">Perestroika</a><br />
</span></span></blockquote>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15975587738151326767noreply@blogger.com1