quarta-feira, novembro 18, 2009

Sou (ou poema multibiografico).


Sou
O descaso do acaso.
Relogio em descompasso.
O vasto mar adiante
E um olhar distante.
Uma tensao calma.
Um furor pr'alma.
Aquele diferente,
Que afronta o que sente.
Um segundo diz tudo.
Bemvindo ao meu mundo.

domingo, novembro 15, 2009

A Dor. E o Tempo.


Recebi esse texto da Gabi. Fala sobre a dor. Mas também tem a ver com o tempo. Fiz a leitura ouvindo Móveis, O Tempo.

"A dor é o caminho da consciência, e é por ele que os seres vivos chegam a ter consciência de si. Porque ter consciência de si mesmo, ter personalidade, é saber e sentir-se distinto dos demais seres, e só se chega a sentir esta distinção pelo choque, pela dor maior ou menor, pela sensação do próprio limite.A consciência de si mesmo não passa da consciência da própria limitação. Sinto-me eu mesmo, ao sentir-me que não sou os outros; saber e sentir até onde sou eu, é saber onde deixo de ser, e a partir donde não sou.E como saber que se existe, não sofrendo nem pouco nem muito? Como volver sobre si, lograr consciência reflexa, senão através da dor?Quando gozamos, esquecemo-nos de nós próprios, de que existimos, passamos a outro, alienamo-nos. E só nos ensimesmamos, só voltamos a nós próprios, só voltamos a ser nós, pela dor."
Miguel de Unamuno in "Sentimento trágico da vida"

domingo, novembro 08, 2009

Sem título.


Dizer em palavras poucas
tudo aquilo que sinto.
Aqueço a voz rouca.
Penso, reflito.
Travam em minha boca.


Então, em poucos traços,
desenho um labirinto.
Pego-me sorrindo.
Rio de mim mesmo,
da esperança contida,
da frustração antecipada.


Sigo rindo, sentado. Tolo.
A espera não é nada,
mas às vezes não acaba.