domingo, novembro 08, 2009

Sem título.


Dizer em palavras poucas
tudo aquilo que sinto.
Aqueço a voz rouca.
Penso, reflito.
Travam em minha boca.


Então, em poucos traços,
desenho um labirinto.
Pego-me sorrindo.
Rio de mim mesmo,
da esperança contida,
da frustração antecipada.


Sigo rindo, sentado. Tolo.
A espera não é nada,
mas às vezes não acaba.

Um comentário:

  1. "pego-me sorrindo" quando leio um poema como esse!! isso sim...sempre com elemento surpresa, nada clichê ou "normal"...poema que começa assim, modesto, sem jeito, entrando devagar e a gente sem saber o que esperar..até que ele aparece, dá as caras e tira o folego! "sigo rindo, sentada" sem mesmo conseguir piscar! palavras que fazem o pensamento ir lá longe, tão longe que nem adianta esperar eles voltarem porque afinal "a espera as vezes não acaba"! por isso que não confio quando você fala que algo está inacabado ou sem musicalidade..."com poucos traços desenho um labirinto", quem nunca se sentiu assim? quem já colocou isso dessa maneira? não pare de desestabilizar as pessoas e fazer a gente sair do esperado! esse é o seu dom!!

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