terça-feira, julho 31, 2007

Fato notório.


O trânsito de São Paulo está insuportável. Isso é fato. As aulas retornaram nesta semana e o trânsito está absurdamente travado, parado, imóvel, estacionário, atravancado... E cada carro tem só uma pessoa dentro, enquanto alguns ônibus rodam vazios. Vai entender...

O pior é que a cada dia mais prédios são levantados. Só aqui na minha rua e na rua onde trabalho são uns 3 ou 4 edifícios que estão sendo construídos (uns prontos para inauguração, outros ainda na fundação). E eu me pergunto: qual tipo de análise é feita pela Prefeitura para autorizar a construção de um edifício? Será que levam em conta que grande parte dos moradores irão utilizar carros e que as ruas não são largas o suficiente para tanta gente? Ou será que o que vale é o valor que lhes é pago "por fora"?

E o metrô, que já foi ótimo (mesmo com seus poucos kilômetros de trilho), anda abarrotado, empanturrado, cheio, carregado. Principalmente depois de implantado o Bilhete Único, que, apesar de ter sido uma ótima e necessária iniciativa, lotou ainda mais o metrô. A diferença é facilmente notada. É só pegar o metrô a qualquer horário, que ele sempre estará cheio. Não se está a defender o fim do Bilhete Único, mas, pelo contrário, investimentos na ampliação das linhas do metrô. É impressionante como São Paulo cresce, a frota de veículos cresce, os prédios comerciais e residenciais pipocam e o metrô continua do mesmo tamanho.

A cidade está saturada e, em 6 ou 7 anos, será insuportável viver aqui. Ou será que vamos passar a achar normal percorrer, de carro, 8 kilômetros em uma hora e meia? É mais tempo do que se leva para chegar em Santos, por exemplo.

As políticas públicas da cidade de São Paulo, como em todo o Brasil, deixam a desejar. Diria que são risíveis, se realmente existissem.

Foto: PAULO LIEBERT/AE

quarta-feira, abril 04, 2007

São Paulo, cidade do sacolejo.


Não, São Paulo não é a cidade do samba, como o título pode indicar. Tem ótimos sambistas, mas o sacolejo mais famoso de Sampa não vem do samba. É, o sacolejo nosso de cada dia está nas ruas. Aliás, são as ruas. Experimente pegar um ônibus em São Paulo: parece mais um brinquedo do Playcenter, tipo um La Bamba (era esse o nome?) - sacode pra cá, sacode pra lá. O maior desafio é tentar ficar em pé. Ainda mais com alguns motoristas aí, que parecem estar carregando uma carga de areia. Acelera antes de parar, freia em cima enquanto faz a curva...

O pior de tudo são os ônibus caindo aos pedaços, com aqueles assentos de plástico meio acinzentado (sabe-se lá que cor é aquela. Eu chamo de cinza-ônibus), com as janelas riscadas com nomes de torcidas.

Se você conseguir abstrair tudo isso (o que é fácil, após 2 semanas), andar de ônibus pode ser muito engraçado. Amigas fazendo confidências, como se ninguém as ouvisse, têm aos montes! E motorista brigando com cobrador, então? Perdi a conta já! Muleques metidos a malacos batucando atrás do seu banco. Idosos dando indiretas em quem não cedeu o lugar, conversando com o colega ao lado, tipo "É, no meu tempo, as pessoas tinham mais cortesia..." e daí em diante.

(Aliás, mudando de assunto, numa rápida digressão, só em um país como o Brasil mesmo é necessário a diferenciação de assentos destinados a pessoas deficientes, idosos, gestantes, etc. Um mínimo de civilidade e isso não seria necessário. Quem nunca viu gente disfarçando, fingindo que está dormindo para não ter que levantar? É triste, mas acontece.)

Mas, voltando às ruas de São Paulo, elas andam tão esburacadas que finalmente os off-road de asfalto (CrossFox, Palio Adventure, etc) estão tendo alguma utilidade. Pior que outro dia me contaram que o asfalto de São Paulo é um dos melhores do mundo. Ah, tá!
Durma-se com um barulho desses!

segunda-feira, abril 02, 2007

About sunglasses and invisibility.


Eu não tenho óculos escuros. Mas fazem falta. Usar óculos escuros é como ser invisível, alheio a tudo que passa em torno. Você está lá, mas, veja bem, não está. As pessoas olham, curiosas: "Está olhando para mim?", "Dormindo?", "Foi uma piscadela?", "Ah, olhos azuis, com certeza!".

Na verdade, poder olhar tudo em volta sem que ninguém saiba que você está olhando é simplesmente sensacional. É como ser O Grande Irmão (do livro 1984. Evitei usar big brother), que pela teletela tudo vê, tudo sabe, tudo informa, tudo ensina. O problema é se empolgar e achar que está invisível de verdade. O que pode durar pouco tempo, mais ou menos até o dia que aquela senhora do ônibus lhe disser: "Pára de cutucar o nariz!".

Há o outro lado. Óculos irritam. E muito. Tente conversar mais de 10 minutos com alguém que esteja usando óculos escuros. Não se vê nada além de seu próprio reflexo. Dependendo do interlocutor, é até melhor conversar com sua própria figura no espelho. Pois é, a pessoa pode estar lá, tirando uma soneca homérica. E você, empolgado, só percebe que ela já passou o R.E.M. no momento em que ouve um sonoro e legítimo ronco. Ou quando a baba chega no queixo. Ou quando ela chuta o ar inconsciente, como se sonhasse ser Romário em busca do gol mil, Bruce Lee na última voadora, um cão se coçando. Sei lá. Cada sonho maluco...

Mesmo assim, óculos são fashion. Há aqueles que não os tiram por nada. Nem no metrô, veja só! E há aquelas (aqueles também) que os usam como tiara, prendendo o cabelo. Ou como colar, estilo pagodeiro dos anos 90.

Fato é que óculos escuros são indispensáveis. E eu preciso comprar um logo. Não por esses motivos acima. Mas porque tem feito um sol f.d.p.!

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Nostalgia.


Com cada pessoa,
alguns momentos.
Mas somente as coisas boas
é que se guardam no tempo.
Tempo, esse, gravado
na lembrança,
que ao passado
conservar não cansa.

Estático, imutável,
o que passou, se foi.
Um segundo, ou dois.
Uma foto amável,
agora amarela, mas bela;
agora apagada, cansada.
Sem forças, ouça
ao cantar calado
da trilha sonora
da memória.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Curto e completo.


Um dia, uma noite, uma tarde, uma manhã. Um alarde, um problema, uma solução. Uma despedida, uma tristeza, uma paixão. Em um dia, uma noite, uma tarde, uma manhã.

Amizade é olho. É arrepio ao tocar. É prazer tê-la.

Uns versos perdidos (ou noite insone).


A noite passou em claro
e pensei no nada.
Noite clara noite.
Andei pensando na vida
e pensei no nada.
Foi aí que descobri
o sentido de tudo:
sentido não há,
isso lhe digo.
Mas não foi preciso pensar;
sei pois vivo.

Isto não é um post.


Não tô afim de escrever. Por isso resolvi não escrever hoje. Poderia até dizer aqui que o mundo vai acabar, mais dia, menos dia. Mas não vou falar isso. Não vou tecer nenhum comentário sobre o fato de que, recentemente, vários pesquisadores do mundo inteiro avisaram que a Terra, em cem anos, estará acabada. Nem vou dizer que a culpa é do aquecimento global, cuja culpa é do homem.

Poderia dizer que a morte do menino no Rio de Janeiro foi uma barbaridade. Mas, é só ocorrer uma outra tragédia para esquecermos do pobre João. João... Não quero falar que todo mundo agora quer reduzir a maioridade penal, colocando a culpa no sistema penal-penitenciário falho e esquecendo que o problema está mais embaixo. Falta estrutura, falta educação, eu poderia falar. Mas não.

Até poderia falar que o Brasil anda mal, muito mal, de mal a pior. Mas isso é lugar comum, todo mundo diz, faz uns 25 anos. Pelo menos desde que eu nasci.

Mas, não estou afim de escrever. E acho que não escrever já basta. Então, isto não é um post. E vocês não leram essas linhas tortas.

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Street Fighter, the later years - Parte 3.


Como prometido, o terceiro episódio pode ser encontrado aqui. Cada vez melhor.