quinta-feira, abril 23, 2009

Voar Não É Para Qualquer Um.


Voar devia ser obrigatório, algo nato. Poder seguir os alíseos e planar pelos trópicos, sem destino. Mas voar não é para qualquer um. É preciso um quê de irresponsabilidade. Essa noite sonhei que voava. E o frio na barriga foi o mais real que já senti em minha vida, ainda que em sonho. Acordei e fiz alguma coisa que se parece com um poema (inacabado, acho), que resume o que sonhei:

Essa noite sonhei que voava.
Sem asas.
Voava alto como um passarinho.
Voava sozinho.
Os ventos mudavam meu rumo.
Voava sem prumo.
Encolhia-me e mergulhava no vazio.
Pousava macio.

segunda-feira, abril 06, 2009

Falso Soneto.


Pense que pode viver,
mas saiba que não é eterna.
Saiba que pode morrer,
e restar tranquila e serena.
A morte não dói a ninguém,
a não ser para quem por cá fica,
pois, logo depois do amém,
volta à vida, menos rica.
Venha comigo viver
a felicidade miúda diária
que preservei pra você.
Os amigos vão lhe reerguer
e ajudar a sofrer essa dor
que guarda, sozinha, sem esquecer.